Fonte: Mayara Paula Nogueira
Comportamento e os sentidos dos cavalos
Acadêmica Fabiana Rankrape
Professora Katia Atoji
Pode-se dizer que o comportamento é a capacidade de um animal se adaptar ao meio em que vive. Os equinos são animais de habito gregário, ou seja, andam em tropas. Sendo a égua a líder alfa da tropa e o garanhão é o reprodutor e vigilante da manada. A hierarquia social é estabelecida pela idade, força, experiência e coragem.
A hierarquização é natural ao cavalo em seus rebanhos, faz com que o mesmo tenha sempre um líder alfa a indicar seu caminho e suas atitudes. Se não reconhecer essa líder alfa, tende a assumir esta posição. Isso é de fundamental importância em nossa lida diária com os cavalos, pois a todo o momento o cavalo buscará reconhecer em nós essa liderança e, muitas vezes, a coloca em dúvida, buscando assumir o controle. Apesar de a fuga ser o principal meio de defesa do cavalo, quando acuado ele utiliza-se do coice ou de mordidas.
Para se comunicar os cavalos utilizam todos os sentidos, predominando a corporal.
Os sons emitidos são: roncos (curiosidade ou inquietação, dependendo da intensidade), relinchos (medo, sinal de perigo, alegria, satisfação).
O cavalo ouve ruídos a longa distância e consegue distinguir a direção, por terem alta sensibilidade auditiva, sons altos assustam e deixam inquietos.
A posição das orelhas demonstra de forma direta e simples as suas intenções, quando a inclinação for aguda para frente indica tensão, curiosidade, boa intenção. As orelhas caídas para o lado demonstram aborrecimento, cansaço ou relaxamento. Com as orelhas abaixadas e voltadas para trás: postura defensiva, desconfiada. Quando as orelhas estão posicionadas uma para frente e outra para trás, o cavalo está ouvindo sons de direções diferentes.
O cavalo levanta a cabeça e o pescoço e dilata as narinas para identificar o odor tentando identificar a direção. O órgão vômero-nasal é uma estrutura muito vascularizada e enervada com fibras sensórias olfativas. Isso permite que o animal detecte substancias químicas potencialmente excitantes, adquirindo uma postura conhecida como flehmen ou husmeo, se os odores forem considerados interessantes para o animal. Utilizam também o olfato para identificação e conhecimento mútuo, sendo mais aguçado no cavalo selvagem.
O cavalo possui uma excelente visão dicromática, enxergando bem o azul e o verde e cores derivadas, e bastante sensível a alterações bruscas de contraste. O cavalo consegue utilizar a visão de duas formas: binocular e monocular. Sendo a visão binocular restrita à frente, o cavalo não tem mais visão lateral ou caudal. Já na visão monocular cada olho se direciona para seu lado correspondente e o cavalo não em a visão frontal sendo utiliza predominantemente a visão binocular.
Os cavalos possuem a capacidade de identificar alguns venenos colocados junto a sua alimentação, evitam sempre que possível à ingestão de ervas venenosas, reconhecendo qual delas o são. Entretanto na falta de alimento os animais podem ingerir essas ervas. Tendo preferencia por alimentos doces, devendo ser limitada sua oferta devido o risco de causar problemas dentários.
O tato do equino possui vibrissas (pelos táteis da extremidade do focinho), cascos com vibrações transmitidas através dos ossos até o crânio e o ouvido médio. A percepção cutânea, o musculo cutâneo recobre quase todo o corpo do cavalo, que é responsável por aumentar a temperatura superficial do corpo, remover partículas aderidas à pele e espantar as moscas quando fora de alcance da cauda.
A postura da cauda também é um indicativo de comunicação, onde a elevação dela pela fêmea indica receptividade ao macho, e quando entre as pernas a cauda indica submissão.
A agitação vigorosa do pescoço para cima e para baixo indica indecisão. No conhecimento mútuo para a aceitação mordiscam as crinas um do outro, e com a não aceitação relincho estridente, inquietação e até reações agressivas.
Os cavalos tem o hábito coçar uns aos outros, faz parte da rotina deles, pois são animais que gostam de contato permanente. Quando querem coçar as costas deitam e rolam de um lado para o outro. Pode ser observado em éguas no pré-parto, sendo de grande importância diferenciar de dores ou distúrbios gastrintestinais.
Os equinos defecam e urinam sempre no mesmo local, quando soltos em pastagens. Quando em ambientes em más condições de higiene causam desconforto físico e mental.
Os partos ocorrem em sua maioria à noite, o potro nasce, se levanta, é amamentado e já corre poucas horas depois do nascimento (1-2 horas).
O cavalo dorme cerca de 6-8 horas por dia, o sono pode ser profundo em animais jovens e idosos que se deitam totalmente relaxados no chão. Sono médio tanto em jovens como adultos se deitam de lado, mas ficam com a cabeça e pescoço erguidos ou com o focinho tocando o solo. E o sono superficial é comum entre os adultos, o animal permanece em pé (estado de semivigilância), com orelhas relaxadas lábios afrouxados e pescoço quase horizontal. Um dos pés sempre está relaxado e o apoio fica sobre as pinças.
Vícios e distúrbios de comportamento tem maior ocorrência em animais estabulados. Vícios de fuga pode ser causado por estresse de confinamento excessivo, isolamento, maus tratos.
Vícios orais ocorrem em animais que não tem oportunidade de pastar, sendo a mastigação de madeira, aerofagia, ingestão de cauda ou crina, coprofagia.
Vícios de disparada ou de luta, desenvolvem-se por medo excessivo ou situação desesperadora, como agressão, autoagressão ou mutilação, empacamento e refugo.
Referências
CINTRA, A. G. de C. O cavalo: características, manejo e alimentação. 1.ed. São Paulo: Roca, 2010.