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Ezoognósia

Acadêmica Fabiana Rankrape

Professora Katia Atoji

 

   Estudar o exterior dos cavalos é de grande importância para que se possa avaliar a conformação de cada raça, com suas características, qualidades e defeitos, independentemente de sua função.

   O cavalo em seu conjunto deve dar a impressão de equilíbrio. As partes do corpo variam de acordo com a origem do animal, portanto para analisa-lo é imprescindível conhecer os padrões de sua raça. As proporções variam também em função da idade. Até os seis anos o esqueleto do cavalo cresce bastante, cada parte com um ritmo próprio. Durante o crescimento, a cernelha se mantém mais alta que a garupa em quase todas as raças, alguns meses depois ocorrendo o inverso. A partir de um ano, o corpo do equino se alonga, já aos dois anos, alarga-se.

   O desenvolvimento precisa ser correto da pele e da pelagem, pois um cavalo de pelagem desbotada, com a crina e cauda quebradiças, geralmente não é saudável. A pelagem ao ser tocada deve dar a impressão de coesão, pois ela é a ligação direta entre o animal e seu ambiente. Durante o período de inverno, o pêlo de um cavalo que vive no pasto é mais espesso e ligeiramente oleoso para protegê-lo da chuva, na época da muda, o pelo fino de verão aparece sob a pelagem de inverno que começa a cair.

   O estudo se baseia nas partes anatômicas, dividindo-se em seis regiões zootécnicas:

 

Cabeça

 

   A cabeça traz representação da raça, do estado físico, da personalidade e do temperamento do equino. Os componentes da cabeça e o formato podem variar de raça para raça e de um animal para outro, avaliando os parâmetros morfológicos entre as raças.

   Padrões mais característicos visto de perfil, observando-se o formato de seu chanfro: Retilíneo, mais característico em raças como Mangalarga, Mangalarga machador, raças de hipismo. Subconvexilíneo, características das seguintes raças, Lusitano, Percheron, Campolina. Subconcavilíneo característico de raças Árabe.

   Cada raça tem características morfológicas distintas.

 

Face, perfil e expressão

 

   Cada raça tem seus padrões de beleza específicos.

   As expressões da cabeça indicam o temperamento do cavalo e fazem parte de sua” linguagem social”. O modo como a cabeça se une ao pescoço influência as aptidões do cavalo.

 

Pescoço

 

Para que se tenha um equilíbrio entre tronco e cabeça, o tamanho do pescoço deve ser proporcional ao corpo.

Formas do pescoço:

  • Piramidal: os bordos superior e inferior são retilíneos e convergem para a cabeça, lembrando um triângulo. As raças características são Mangalarga, Mangalarga Machador, raças de hipismo.

  • Rodado: o bordo superior é convexo ou subconvexo. Característicos de raças como Percheron, Bretão, Campolina.

  • Cisne: Quando a metade superior é convexa e a inferior, retilínea. Característico da raça Puro-Sangue Árabe.

Direção do pescoço: o posicionamento em relação ao tronco e à cabeça que se observa:

  • Diagonal: direção em que o pescoço forma um ângulo de 90° com a cabeça e de 45° com a linha horizontal do chão. A cabeça que permite melhor equilíbrio ao cavalo.

  • Vertical: o ângulo do pescoço com a horizontal é maior que 45°. Não é desejável, pois sobrecarrega o peso nos membros posteriores, desequilibrando o animal, dificultando assim o trabalho e a equitação.

  • Horizontal: O ângulo do pescoço com a horizontal é menor que 45°. É indesejável, pois sobrecarrega o peso nos membros anteriores, desequilibra o animal e dificulta a equitação e o trabalho.

 

Tronco

 

No tronco são observados cinco pontos fundamentais:

  • Cernelha (1): parâmetro para a altura do animal. Deve ser bem destacada, em cavalos de sela, impedindo que a sela tenha movimento de rotação no dorso do animal, sendo alta e relativamente longa e com boa cobertura muscular.

  • Dorso (2): serve de sustentação para o cavaleiro, deve ser paralelo ao solo ou com ligeiro aclive no sentido garupa/cernelha.

  • Lombo (3): região entre o dorso e a garupa, devendo ser curto e musculoso, proporcionando boa cobertura aos rins, prevenindo lesões.

  • Garupa: (4): deve ser ampla musculosa e simétrica.

  • Peito (9): deve ser forte e amplo, demonstrando boa amplitude torácica.

 

Membros anteriores e membros posteriores

 

   Em média 55% do peso do animal estão sustentados nos membros anteriores, sendo pontos de sustentação e também de amortecimento. Já os membros posteriores são pontos de sustentação e impulsão, portanto os membros anteriores são mais susceptíveis a lesões. Aprumos corretos possibilitam um melhor desempenho em relação à sustentação, amortecimento e impulsão.

 

Cascos

 

   A parte anatômica de fundamental importância é o casco, pois é o que da sustentação física e funcional. Conhecer a anatomia do casco ajuda a prevenir lesões que possam vir a comprometer a saúde do animal.

   As células responsáveis pelo crescimento do casco, os osteoblastos, estão localizadas na coroa do casco. Por estar em constante atividade à preservação é extremamente importante, para não comprometer o casco do animal. Produtos fortes, como iodo e soluções, podem comprometer as células, levando o casco a ter formação defeituosa.

   A parede do casco deve ser lisa, podendo apresentar três cores: branca, preta e rajada. Quando em situações de estresse grave metal ou metabólico, e desequilíbrio na nutrição, podem ser observados na parede do casco linhas de crescimento. Quando pequena e transitória, não se tem maiores problemas, sendo grave e prolongada, pode haver um comprometimento na qualidade do casco, levando a casos de laminite ou aguamento.

   O amortecedor dos membros do cavalo é a ranilha. Por ser muito sensível, deve ser retirada parcialmente. As pinças e os talões são os que mais crescem, devem ser retiradas mensalmente por um profissional capacitado, o qual irá equilibrar o casco conforme os aprumos do animal.

   O máximo de retirada das pinças é a linha branca, ultrapassar essa linha é atingir partes sensíveis, limitando a capacidade funcional do animal.

 

Relações Corporais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

Índices corporais

 

  • Índice Dactilotorácico (IDt) é a distancia entre o perímetro da canela (PC) tirada logo abaixo do joelho do equino e o perímetro (PT). Dado pela fórmula: IDt=PC/PT.O IDt não deve ser inferior a 0,105 em cavalos pequenos.O IDt não deve ser inferior a 0,108 em cavalos de sela.O IDt não deve ser inferior a 0,115 e cavalos de tração.

  • Índice Toráxico (It) é a relação entre largura (L) e altura (A), dado pela fórmula: It=L/A, em que L é a largura do animal, tomada entre as espáduas ou entre as pontas das ancas, e A é a altura do animal medida na cernelha.Se o It for inferior a 0,85, o animal é classificado como longilíneo.

 

Altura

 

   A altura de um cavalo é definida pela distância entre o solo e a parte mais alta da sua cernelha. Expressa em metros no Brasil. Nos países anglo-saxões é medida em “mãos” (uma mão equivale a quatro polegadas, ou seja, 10,16 cm).

   Aperfeiçoando as condições de criação, a altura dos cavalos aumentou significativamente nos dois últimos séculos: em 1850, um cavalo com 1,55 m de altura era considerado normal, porém hoje é tido como pequeno.

   Obtém-se a altura do cavalo medindo a distancia do solo a cernelha, em uma linha perpendicular ao solo com terreno plano, o animal deve estar sem ferraduras e em estação (parado, bem aprumado, sem se movimentar). A medida que se pega é no alto da cernelha.

 

Peso

 

   O peso do animal deve ser avaliado sempre que possível, em balança devidamente aferida. Existem algumas possibilidades de se estimar o peso do cavalo através de fórmulas que da um valor aproximado. E se feito pela mesma pessoa sempre, nos dão uma proporção de ganho ou perda de peso do animal, mesmo não sendo exatos.

   As fórmulas levam e consideração o perímetro torácico do cavalo retirado da circunferência que passa logo atrás da cernelha e circunda todo o corpo do animal. O peso é dado aproximado em kg, e a margem de erro é de 5%. Podem ainda haver diferenças entre raças e estado gestacional de éguas, portanto não deve ser usado como peso absoluto.

 

Referências

 

CINTRA, A. G. de C. O cavalo: características, manejo e alimentação. 1.ed. São Paulo: Roca, 2010.

 

 

 

 

 

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