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Mercado da equinocultura

Acadêmica Fabiana Rankrape

Professora Katia Atoji

 

   O cavalo tem grande importância na formação econômica, social e política. Desempenhando funções de sela (pecuária), de carga (comitivas), de tração (“motor” de veículos de carga). Na metade do século XIX, tem destaque as atividades de esporte e lazer. A equideocultura faz parte da economia nacional.

   A década de 1990 trouxe uma dura realidade ao mercado dos cavalos, despencando os preços assustadoramente, que antes alcançavam preços de carros luxuosos. Crise que afetou todos os setores ligados à equinocultura como indústria de alimentos, suplementos, medicamentos e produtos equestres.

   Esta crise trouxe além de desespero, benefícios, pois, pessoas que antes não tinham condições de adquirir um cavalo com essa queda de preços acabaram por adquirir, assim criando novas modalidades no mercado, tornando-o mais interessante.Esta crise também aumentou a busca pelo lazer, antes um setor pouco movimentado.

   Com a aquisição dos cavalos, não tinham lugar para abriga-los. Levando a crescer este segmento, a busca por pensões, baias de aluguel e pequenos centros hípicos, em lugares que antes nada tinham.

   As cidades passaram a ter muitos cavalos sendo utilizados para o lazer, mas movimentam bastante o comércio e dando impulso para a indústria do cavalo.

   Antes havia poucos proprietários com muitos cavalos, hoje muitos proprietários com poucos cavalos. Cuidar melhor de seus cavalos tornou-se mais fácil, aumentado à indústria ligada ao cavalo: produtos de beleza (xampus, condicionadores), suplementos nutricionais e equipamentos hípicos passaram a compor o conjunto cavalo/cavaleiro para passeio.

   As cidades passaram a organizar cavalgadas e desfiles, e ao mesmo tempo as festas de peão de rodeio, cresceram nessa época. Uma nova era na equinocultura se inicia no Brasil que são os cavalos para esporte.

   Têm-se diversas modalidades de cavalos de esporte, como enduro, provas de trabalho e rédeas, hipismo clássico, o qual se consolidou em partes devido aos resultados obtidos pelos nossos atletas no exterior, em destaque Rodrigo Pessoa, único tricampeão mundial e com medalha de ouro na olimpíada de Atenas, 2004), Adestramento, destaque do Pan Americano de 2007, e no Hipismo Paraolímpico, o qual o Brasil vem ganhando medalhas tanto individual, como em equipes na Paraolimpíada Equestre.

   Esses avanços trazem perspectiva positiva, para os criadores, que terão consumidores, porém com um perfil diferente daquela ultima década, hoje se utiliza, não apenas cria, e cresce a indústria do cavalo.

   Os consumidores são cada vez mais exigentes com benefícios que seu cavalo pode ter, atentos às novidades, informações técnicas e qualidade.

   As empresas produzem cada vez mais produtos para os equinos, na maioria das vezes procurando oferecer produtos de boa qualidade e que tragam benéficos ao cavalo. A sempre aparece produtos novos, de empresas que antes eram desconhecidas no setor. O interesse econômico que este setor está despertando é enorme. A procura por profissionais qualificados tem se intensificado.

   O terceiro maior criador de cavalos do mundo é o Brasil, com quase seis milhões de cabeças, perdendo apenas para a China e México. É também o terceiro maior mercado de produtos veterinários, atrás do Japão e Estados Unidos. No Brasil o mercado de medicamentos teve crescimento significativo no período entre 1997 e 2004, onde as vendas mais que dobraram de R$ 923.629.719,00 para R$ 2.058.202.871,00. O produto para cavalos representa 2,6% desse mercado, onde o faturamento da indústria em 2004 foi de R$ 54.142.630,20. Muitos criadores utilizam no plantel de equinos, medicamentos produzidos para outras espécies, destacando-se os produtos para bovinos e também para humanos.

   O mercado de cavalo pode ser dividido em quatro categorias, avaliando a capacidade de consumo:

  1. Equipamentos para o esporte: Com centros de treinamento, jóqueis, propriedades particulares e hípicas.

  2. Equinos para a criação: A criação, ou haras, teve declínio na década de 1990, estabilizando e acompanhando as movimentações do mercado em conjunto.

  3. Equinos para o lazer: A redução da importância dos haras resultou na queda dos preços dos cavalos, onde facilitou o acesso de maior numero de pessoas. Crescendo o mercado de lazer na década de 1990, onde atualmente tem o maior potencial de consumo. O mercado de lazer praticado sem regras é mais expressivo o crescimento: estima-se que o crescimento poderia ser seis vezes maior do que hoje é, segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura.

  4. Equinos para o trabalho: utilizados diariamente na lida com gado. Quase 85% do rebanho de equinos brasileiros, porém responsáveis por pequena parcela de consumo na indústria equestre.

   O Complexo do Agronegócio Cavalo é de enorme importância para o Brasil e sua economia, pois estimativas indicam em 2006, que esse complexo movimentou valor econômico de R$ 7,3 bilhões anuais. Tem-se 3,2 empregos indiretos e direitos, onde cada emprego direto corresponde a quatro indiretos, relacionados à criação de cavalos no Brasil.

 

Referências

 

Estudo do Complexo do Agronegócio Cavalo no Brasil. Centro de estudos avançados em Economia Aplicada da ESALQ, Confederação da Agricultura e Pecuaria do Brasil- Brasilia: CNA; MAPA, 2006. 68p.

 

 

 

 

 

 

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