Anatomia
Acadêmica Fabiana Rankrape
Professora Katia Atoji
Sistema cardiorrespiratório
O coração é um musculo oco que pesa entre quatro e nove quilos, dependendo do cavalo. Ele é capaz de bombear mais de trinta litros de sangue por minuto. Situado sob o tórax entre os dois pulmões, está do lado esquerdo sobre o osso externo.
O ritmo cardíaco se situa entre 32 e 40 pulsações por minuto num cavalo normal em repouso, e pode subir a 200 durante um período de esforço intenso.
A abertura do aparelho respiratório para o meio exterior se dá através das narinas. Cada uma delas tem uma cartilagem na forma de meia lua, que facilita os movimentos de expansão na inspiração. Em seguida, o ar circula nas cavidades nasais localizadas sob o chanfro, onde é filtrado e aquecido.
A garganta é um cruzamento estratégico entre as vias respiratórias e digestivas, e dispõe de um sistema eficaz de ‘’passagem de nível’’, constituído pela epiglote e pelo palato. A epiglote é um tipo de válvula situada na entrada da laringe, ela se abaixa na hora certa para permitir que o ar circule e se levanta no momento da deglutição para fechar o hermeticamente às vias respiratórias. O palato age paralelamente, abaixado em repouso, dirige o ar a traqueia e, levantado no momento da deglutição, evita que os alimentos refluam para as fossas nasais.
A laringe aloja duas cordas vocais cuja vibração produz os relinchos do cavalo. A traqueia é um conduto cartilaginoso que pode ser facilmente apalpado sob o pescoço do cavalo. Perto da caixa torácica, a traqueia se divide em brônquios e bronquíolos, que conduzem o ar até os alvéolos pulmonares.
O aparelho respiratório do cavalo é frágil, e o aparecimento de qualquer anomalia (escorrimento nasal, tosse, sufocamento) deve ser imediatamente tratado com atenção.
As particularidades do percurso do ar e dos alimentos, o palato mole é especialmente flácido no cavalo, o que provoca duas consequências: o animal não consegue respirar pela boca e, se as fossas nasais estiverem obstruídas, ele fica aflito. A outra consequência é que devido à existência de um anel muscular poderoso na entrada do estômago, raramente o cavalo vomita, mas, quando isso ocorre, os alimentos são evacuados pelo nariz, e não pela boca. (LAROUSSE DOS CAVALOS, 2006).
Fonte: Mayara Paula Nogueira
Sistema gastrointestinal
A boca do cavalo merece um exame aprofundado. A língua não deve ser grossa demais, para que haja espaço suficiente para a embocadura. Os dentes têm a peculiaridade de um crescimento lento e contínuo. Por toda a vida do cavalo, os dentes crescem pela base, enquanto a extremidade é gasta pela mastigação e pela fricção contra o dente opositor. A erupção compensa o desgaste, e a renovação da matéria dentária é de três milímetros por ano nos dentes molares.
Ao observarmos os ossos da cabeça do cavalo, constatamos que a mandíbula inferior é nitidamente mais estreita que a superior, não ocorre a oclusão completa entre as mesas dentárias dos molares inferiores e superiores. Defasagem essa que causa um desgaste irregular dos dentes e a aparição de saliências chamadas de pontas dentárias (do lado externo contra a bochecha, no caso da arcada superior, do lado interno, contra a língua do animal, fazendo com que ele coma menos e mais devagar, e se esquive da mão do cavaleiro). A intervenção regular do dentista equino uma vez por ano para eliminar as pontas dentárias faz parte dos cuidados indispensáveis ao cavalo durante toda sua vida. (LAROUSSE DOS CAVALOS, 2006).
O lábio superior, dotado de pelos sensitivos, as vibrissas, permite o cavalo reconheça e escolha os alimentos. Os incisivos cortam capim e a língua dirige o alimento para os molares, que garantem a trituração. As três glândulas salivares (as sublinguais, situadas sobre a língua, as parótidas e as submaxilares, na parte posterior da mandíbula) produzem uma quantidade de saliva. Cerca de quarenta litros são secretados diariamente, fazendo o feno quadruplicar e os cereais e granulados duplicarem de volume. Essa primeira fase de transformação do alimento em bolo alimentar leva tempo. Depois da deglutição, parte do bolo alimentar desce pelo esôfago.
O estômago é um saco em forma de “J”, com paredes espessas, impressionante por seu tamanho reduzido em relação ao volume total do animal e de suas refeições. Ele pode conter entre quinze e vinte litros, mas digere com eficácia apenas o conteúdo entre dez e doze litros. Por isso é importante dividir a ração diária em várias refeições pequenas e dar tempo suficiente para o cavalo digerir tranquilamente sua alimentação.
O intestino delgado, um tubo de cinco a oito centímetros de diâmetro, com comprimento de mais de dois metros, apresenta um traçado repleto de dobras, formando uma espécie de teia de aranha fibrosa na altura da parte superior do flanco esquerdo.
O intestino grosso tem três partes: ceco, cólon e reto. O ceco é um grande saco alongado que mede cerca de 1,20 m e se situa na altura do flanco direito. Funciona como um tanque de fermentação, processando mais de quarenta litros de um “caldo” rico em bactérias, e é essencial também na reabsorção da água.
A primeira parte do cólon é bastante volumosa, tendo um diâmetro entre vinte e quarenta centímetros e mais de três metros de comprimento. A segunda parte do cólon faz a moldagem das fezes, que em seguida são estocadas no reto, no interior da bacia, antes de serem eliminadas numa frequência de cinco a doze vezes por dia. A duração média da digestão, desde a boca até a evacuação do excremento, leva entre três a cinco dias, sendo os primeiros dejetos eliminados depois de 24 horas e os últimos depois de cinco dias (LAROUSSE DOS CAVALOS, 2006).
Fonte: http://www.vidadecavalo.com.br/cava.html
Sistema geniturinário
A anatomia dos órgãos genitais femininos é influenciada pela idade, pela condição física atual e pela história reprodutiva prévia.
Os ovários costumam se localizar na parte dorsal do abdome cranioventralmente. Cada ovário esta suspenso por um mesovário espesso, que lhe permite considerável amplitude na sua posição. Os ovários da égua são visivelmente grandes, podem medir de 8 a 10 cm, em seu maior eixo. Os folículos e o corpo lúteo estão dispersos dentro da parte central do órgão e em direção à fossa da ovulação.
O útero tem um corpo grande de dois cornos divergentes. Os cornos têm aproximadamente 25 cm de comprimento, situam-se dentro do abdome e divergem agudamente para cada lado. Eles estão suspensos na parede dorsal do abdome pelos ligamentos largos, cujas extensões variam de modo que as extremidades de cada corno são mais firmemente fixas do que a sua parte intermediaria.
O colo (cérvix) do útero é algo curto aproximadamente 6 cm, embora sua posição e sua extensão não sejam prontamente distinguíveis à inspeção visual, são reveladas à palpação, já que o colo tem consistência um tanto firme. A parte caudal do colo se projeta para dentro do lúmen da vagina, onde está circundado por um espaço anular, com profundidade uniforme.
A vagina é quase tão longa quanto o corpo do útero, situa-se ventralmente ao reto, dorsalmente a bexiga urinária e à uretra e lateralmente está em contato com a parede da pelve. A vagina tem parede delgada e, embora seu lúmen esteja normalmente colabado pela aproximação das paredes dorsal e ventral, o órgão é dilatável. A cor normal da mucosa é rosa-pálido, mas escurece quando se difunde com sangue, isto tende a acontecer à exposição prolongada ao ar, durante a vaginoscopia.
Os órgãos genitais masculinos, o escroto situa-se abaixo da borda pélvica, onde está escondido da inspeção pela lateral da coxa. É amplamente globular, comumente assimétrico e dividido por uma rafe externa que se estende cranialmente para o prepúcio e caudalmente para o períneo. A cútis escrotal é fina, flexível e esparsamente pilosa.
Cada testículo é imperfeitamente elipsoide, sendo levemente comprimido de lado a lado. Os testículos aparecem com seus longos eixos horizontais, mas se tornam quase verticais à forte contração dos músculos cremasteres, que se unem com a túnica vaginal próximo aos pólos craniais.
As glândulas vesiculares do cavalo adquirem o aspecto de superfície lisa, com forma de pêra, aproximadamente 12 cm de comprimento e grande lúmen central.
A próstata é em grande parte retroperitoneal e totalmente compactada. Consiste em dois lobos laterais unidos por um estreito istmo que atravessa a face dorsal da uretra, próximo ao colo da bexiga.
O pênis do cavalo é composto da tríade usual de estruturasse, sua estutura é muscolocavernosa. Os dois elementos dorsais os ramos originam-se do arco isquiático, inclinando-se para a frente entre as coxas e logo se unindo num singular corpo cavernoso, que que se divide em sua parte proximal ao septo mediano, refletindo sua origem complexa (TRATADO DE ANATOMIA VETERINARIA).
Fonte: http://www.vidadecavalo.com.br/cava.html Fonte: http://www.vidadecavalo.com.br/cava.html
Referências
CINTRA, A. G. de C. O cavalo: características, manejo e alimentação. 1.ed. São Paulo: Roca, 2010.
DYCE, Keith. M.; SACK, Wolfgang. O.; WENSING, Kees, C. J. G. Tratado de Anatomia Veterinária.
LAROUSSE DOS CAVALOS; Larouse do Brasil. São Paulo, Larouse. 2006.