Manejo Sanitário
Acadêmica Fabiana Rankrape
Professora Katia Atoji
A prevenção de doenças que possam interferir na saúde dos animais começa com o manejo sanitário, o qual deve ser uma rotina dessa maneira melhorando tudo aquilo que fornecemos ao animal.
Quando a saúde do animal está em bom estado, os ganhos nutricionais se potencializam: ao potro em crescimento permite um ótimo desenvolvimento; à égua em reprodução ciclar e gerar crias saudáveis; ao animal de esporte e trabalho, desenvolver com êxito suas atividades.
Se o animal não estiver saudável, de nada adianta se preocupar com a genética, alimentação e treinamento. Realizar o manejo sanitário corretamente leva a prevenção, e economizando com tratamentos patológicos.
O manejo sanitário pode ser dividido em quatro partes:
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Controle de endoparasitas.
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Controle de ectoparasitas.
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Controle de anemia infecciosa equina.
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Controle de doenças vacinais.
Controle de Endoparasitas
Por seus hábitos alimentares, os equinos estão expostos à alta infestação de vermes em seu trato intestinal, os quais devem ser combatidos, pois se alimentam dos animais, debilitam o seu organismo e comprometendo a saúde e o desempenho.
Para equinos os vermífugos, apresentam-se para prescrição oral, podendo ser granulados, líquidos ou em pasta, a qual é mais encontrada e também mais eficaz, porém, com diferentes composições e resultados.
Os princípios ativos dos vermífugos podem ser:
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Benzimidazóis: encontra-se resistência em grande parte dos vermes, pelo uso indiscriminado tem sua eficácia comprometida.
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Organofosforados e organoclorados: eficazes para a maioria dos vermes, porém, devem ser administrados com cuidado por sua toxicidade, principalmente em éguas prenhes.
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Prazilquantel e pamoato de pirantel: com principio ativo eficaz para alguns grupos de vermes, não muito abrangente, sendo muito utilizado em associações com outros princípios.
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Ivermectinas: descoberto seu principio ativo na década de 1980, combatendo a maioria dos vermes. O uso indiscriminado e em subdoses tem levado a resistência. Muito utilizado em associações com praziquantel ou pamoato de pirantel, amliando seu espectro de ação e sua eficácia.
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Moxidectina: princípio eficaz contra endoparasitas e ectoparasitas como carrapato. Com custo bastante elevado.
O cuidado com o tipo de vermífugo que vamos utilizar é de grande importância, pois nem sempre os mais baratos são de boa qualidade. A vermifugação eficaz deve incluir controle parasitário com análise de fezes periodicamente. Como nem sempre isso é possível, então realizar uma rotina de aplicação de vermífugos de tempos em tempos.
Controle de Ectoparasitas
Ectoparasitas são parasitas que vivem na pele ou sob a mesma e se alimentam do animal, causando prejuízos, pois comprometem o desempenho e a saúde do animal.
Os mais comuns são:
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Carrapatos: ectoparasitas hematófagos, que se alimentam de sangue, diminuindo a produtividade e o desempenho, podendo ainda transmitir doenças como nutaliose/babesiose, afetam gravemente o animal, causando anemias. Para combater o carrapato devem-se manejar adequadamente carrapaticidas. Conhecer o ciclo do carrapato que apenas se alimenta de no cavalo, passando a maior parte de sua vida no meio ambiente. Ao utilizar a pulverização no animal estamos atingindo apenas uma parte dos carrapatos que existem. Para que se obtenha um controle eficaz demora-se certo tempo, para poder quebrar o ciclo. Os diferentes tipos de carrapaticidas encontrados no mercado apresentam diferentes efeitos como não matam, mas comprometem a reprodução. Outros atuam diretamente no carrapato, matando-o, porém para atingir os carrapatos que estão no meio ambiente é preciso que ele tenha um efeito residual eficaz. Um princípio ativo eficaz que não compromete a saúde do animal é a cipermetrina. Além da pulverização, o cuidado com a pastagem para diminuir o número desses parasitas.
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Bernes: estágio larval da mosca Dermatobia hominis. A mosca adulta mede 12 a 15 mm e vive apenas quatro dias, nesse período fixam seus ovos em diversos insetos hospedeiros que os transmitem aos mamíferos e pode ser na pele íntegra do animal, haverá eclosão dos ovos e desenvolvimento da larva por 40 a 50 dias, podendo medir 5 a 6 cm. Após isso caem no chão e completam seu desenvolvimento e transformam-se em pupa e depois no animal adulto após 35 a 40 dias. O controle é de grande importância, pois causa grande desconforto ao animal.
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Miíase: também conhecida como bicheira, é a larva da mosca-varejeira, que se desenvolve em ferimentos abertos e em grandes quantidades (a fêmea chega a colocar 1.000 ovos de uma vez). Caracteriza-se pelo odor desagradável que se segue com o desenvolvimento das larvas. Com limpeza e assepsia correta nos ferimentos se dá processo de prevenção. Com a infestação no ferimento deve-se limpar e fazer curativo local diariamente.
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Habronemose: é causada por invasão errática de larvas do Habronema sp. (verme intestinal) em ferimentos com secreção. No ciclo a mosca pousa nas fezes de um animal infestado e passa a ser um hospedeiro intermediário. Ao pousar no ferimento exsudativos do animal, transmite o habronema, que se desenvolve e forma uma ferida difícil de ser tratada e curada, podendo levar anos a cicatrização. A manifestação se dá por lesões na pele ou escoriações, o tratamento consiste na remoção do tecido que não cicatriza, além da aplicação de ivermectinas associadas a organoclorados e cicatrizantes.
Controle de Anemia Infecciosa Equina
A anemia infecciosa equina é uma doença infectocontagiosa que é causada por um vírus, onde apresenta períodos febris e anemias que se manifestam de maneira alternada, sem cura.
Sua transmissão ocorre por picada de insetos hematófagos e por material contaminado. Os sintomas podem ser agudos (febre intermitente de 39° a 41°C, depressão nervosa, fraqueza, anemia e morte entre 10 a 30 dias) ou crônicos (febre de um a sete dias, normalidade, febre novamente).
Por ser altamente transmissível e não ter cura a única solução é o sacrifício do animal.
O controle é feito por exame laboratorial com validade por 60 dias e é de porte obrigatório para transporte de animais em qualquer parte do Brasil.
Controle de doenças vacinais
A vacina produz anticorpos em um animal saudável, por meio da inoculação de vírus inativo, parte do vírus ou bactéria ou o vírus atenuado.
Das doenças que acometem os equinos muitos podem ser prevenidas com vacinação, procedendo-se um esquema anual de vacinas, iniciando com os potros aos quatro meses de idade, com reforço após 30 dias e depois anualmente com dose única.
Para que se obtenha uma boa resposta vacinal os animais devem estar em bom estado de nutricional e desparasitados, tanto endo como ectoparasitas.
Patologias que afetam o cavalo e podem ser controladas com vacinação
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Tétano é uma doença causada pela toxina Clostridium tétani, caracterizada pelo aparecimento de espasmos musculares e hiperexcitabilidade reflexa. Sobrevive na forma esporulada no meio ambiente por muito tempo sem necessidade de um animal para se desenvolver.Ferimentos de todos os tipos oferecem ao esporo um ambiente propício à proliferação, desde um cravo mal colocado até um ferimento superficial em cerca de arame farpado.
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Influenza ou gripe equina é uma doença viral, que ataca o sistema respiratório e é altamente infecciosa.
A transmissão ocorre por meio de contato direto ou por material de uso contaminado, caracterizada por tosse seca e úmida, mucosa nasal vermelha e com corrimento, lacrimejamento e fotofobia. O animal deve ser mantido isolado e em repouso.
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Encefalomielite é uma doença viral infectocontagiosa com sinais neurológicos de perturbação da consciência, disfunção motora e paralisia, transmitida por picadas de insetos ou artrópodes.
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Herpes-vírus pode causar aborto em fêmeas prenhes entre o sétimo e o décimo mês de gestação e rinopneumonite em animais jovens, até alguns casos de incoordenação motora.
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Garrotilho é uma enfermidade infectocontagiosa causada pela bactéria Streptococcus equi, com inflamação no trato respiratório superior e abscedação dos linfonodos adjacentes. A transmissão ocorre por contato direto ou por material contaminado.
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Raiva é uma das doenças principais que devem ser prevenidas com vacinação. Não tem cura e transmissível ao homem podendo levar a morte de ambos. A transmissão pode ocorrer por mordida de morcegos, raposas e cães e por contato com outros animais. Não existe cura, o animal deve ser sacrificado.
Referências
CINTRA, A. G. de C. O cavalo: características, manejo e a alimentação. 1.ed. São Paulo: Roca, 2010.